MUNDO CIENTÍFICO EM EBULIÇÃO COM BOATOS SOBRE ONDAS EVOCADAS POR EINSTEIN
Albert Einstein, em 1921
(Img.WEB)
O mundo científico entrou em ebulição após uma
mensagem postada no Twitter afirmando que físicos conseguiram detectar ondas
gravitacionais, elemento-chave da teoria da relatividade geral de Einstein que,
caso seja confirmada, seria uma das mais importantes descobertas do nosso
tempo.
Bastou apenas um tuíte do cosmólogo Lawrence
Krauss, da universidade do Arizona State, para dar início a uma série de
especulações e excitação entre os cientistas.
"Minhas últimas informações sobre o Ligo foram
confirmadas por fontes independentes. Fiquem ligados! Talvez a gente tenha
descoberto ondas gravitacionais", escreveu o professor na rede social. Sua
mensagem foi retuitada mais de 1.900 vezes.
Há alguns meses ele havia evocado rumores segundo
os quais cientistas do 'Laser interforce gravitational-wave observatory '(Ligo)
-- instalado nos Estados Unidos para tentar verificar uma das últimas grandes
previsões de Einstein - estavam redigindo um artigo sobre a descoberta destas
ondas.
Em geral, as descobertas científicas são divulgadas
por meio de um anúncio como manda o figurino ou por meio de uma publicação em
alguma revista prestigiosa.
Krauss não trabalha sobre o projeto Ligo.
As ondas gravitacionais comprimem o espaço
produzindo uma assinatura diferente no fundo cosmológico, fraca radiação
luminosa deixada pelo Big Bang.
Se as ondas gravitacionais tiverem sido
efetivamente detectadas, isso confirmaria a última peça que faltava nas
previsões de Albert Einstein há um século em sua teoria geral da relatividade.
Isso abriria novas perspectivas sobre o universo
mostrando que tais ondas existem em locais como a área em torno de buracos
negros no início da criação, preenchendo um enorme vazio na compreensão da
formação do nosso universo.
Em março de 2014, uma equipe científica que
trabalhava com o telescópio BICEP2 ('Background Imaging of Cosmic Extragalactic
Polarization') no Polo Sul anunciou ter detectado vibrações do Big Bang. Os
pesquisadores anunciaram depois que poderiam ter se enganado, o que ficou
provado num estudo europeu de janeiro de 2015.
Uma porta-voz do projeto Ligo informou à imprensa
britânica que ainda não havia anúncio a ser feito.
"Os instrumentos do Ligo ainda estão fazendo
coletas hoje, e precisamos de tempo para analisar estes dados, interpretá-los e
examinar os resultados, então não temos resultados para compartilhar por
enquanto", explicou Gabriela Gonzalez, professora de física e de
astronomia da Universidade Louisiana State.
Alguns especialistas disseram que essas supostas
detecções podem ser meras simulações de treinamento, não uma verdadeira
descoberta.
Krauss respondeu no Twitter: "Detalhe evocado
anteriormente: fizeram testes com falsos sinais para reproduzir uma descoberta.
Me disseram que não é isso".
Fãs de ciência vão ter que esperar algum tempo antes
de ter acesso aos detalhes oficiais porque a primeira campanha campanha de
coleta de dados da equipe do Ligo termina na próxima terça-feira, 12 de
janeiro.
"Nós acreditamos que teremos informações sobre
os resultados das medições nos próximos meses", afirmou Gonzalez à revista
New Scientist.
Fonte: Yahoo-Ciência
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