ALIMENTAR AEDES COM “WHEY PROTEIN” E SANGUE BOVINO FACILITA MANEJO DO MOSQUITO DIZ ESTUDO.
09 DE DEZEMBRO DE 2017
Nova dieta ajuda
no desenvolvimento de bactéria que impede que o vírus da dengue se instale no
organismo do Aedes. Pesquisa foi desenvolvida pela Fiocruz.
Por G1
Projeto cultiva Aedes aegyti em laboratório. Eles são modificados e depois soltos no meio ambiente (Foto: Pilar Oliveira/Reuters) |
Projeto cultiva Aedes
aegyti em laboratório. Eles são modificados e depois soltos no meio ambiente
(Foto: Pilar Oliveira/Reuters)
esquisadores da
Fiocruz desenvolveram uma nova dieta para alimentar o Aedes Aegypti modificados com a bactéria
Wolbachia, estratégia em estudo para o controle do vírus da dengue no Brasil. A
nova dieta ajuda no desenvolvimento da bactéria.
A ideia é
substituir sangue humano por uma alimentação que mistura nutrientes, sangue
bovino e a proteína do soro do leite -- conhecida popularmente como "Whey
Protein", um tipo de suplemento que costuma ser usado por praticantes de
musculação após o treino.
Os resultados
da nova estratégia, que vai facilitar o manejo do mosquito, foram publicados no
"Scientific Reports", publicação do grupo "Nature".
Segundo
pesquisadores, a nova dieta vai eliminar uma etapa da pesquisa, que atualmente
utiliza sangue humano de bancos de sangue parceiros da Fiocruz para alimentar
os mosquitos desenvolvidos em laboratório.
Com a nova
nutrição, cientistas não mais vão precisar fazer tantos testes prévios no
sangue humano usado para a alimentação -- os exames eram necessários para
evitar que outras infecções fossem transmitidas para o mosquito.
Também, segundo
pesquisadores, a alimentação poupa menos recursos. O estudo teve a partipação
dos pesquisadores Luciano Moreira, Heverton Leandro Carneiro Dutra, Silvia
Lomeu Rodrigues, Simone Brutman Mansur e Sofia Pimenta de Oliveira.
Uma
bactéria para eliminar o mosquito
Em estudo desde 2011, a Wolbachia impede que o
vírus da dengue consiga se desenvolver no organismo no mosquito. No Brasil, o
projeto "Eliminar a Dengue: Desafio Brasil", coordenado pela Fiocruz,
vem testando a estratégia.
Em agosto, 1,6 de milhão de mosquitos foram soltos em dez bairros da Ilha do
Governador, no Rio de Janeiro. Neste projeto, que termina no
final de 2018, também serão soltos mosquitos modificados no Centro e nas zonas
Norte e Sul da cidade.
Como os cientistas chegaram à dieta
Segundo a
Fiocruz, cientistas analisaram quais componentes do sangue são necessários para
que a Wolbachia se desenvolva -- já que é preciso uma quantidade de nutrientes
maior que a normal para que o micro-organismo cresça no embrião.
Eles observaram, assim, que o ferro e o colesterol
mantêm a bactéria viva.
Após experimentos,
cientistas chegaram a uma fórmula que batizaram de APS -- que usa sais
minerais, sangue bovino, ATP e o Whey Protein.
Com a nova
alimentação, o número de ovos de Aedes desenvolvidos com a Wolbachia foi tão
significativo quanto na dieta com sangue humano, o que demonstrou a eficácia da
composição nutricional.
Agora,
pesquisadores vão desenvolver mais estudos para que, no futuro, seja possível
uma alimentação totalmente artificial para os mosquitos.
Fonte: G1 Bem EstarAMÉM
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