VIAGENS DA CONMEBOL
DEIXAM CLUBES AFLITOS
.OUVIR RÁDIO ECLÉTICA .OUVIR RÁDIO CLÁSSICA
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(Img.WEB) |
Eduardo Ohata e José Eduardo Martins
Do UOL, em São Paulo
04/12/201606h00
O acidente com a delegação da
Chapecoense, na Colômbia, fez com que os clubes brasileiros da Série A
refletissem. Em contato com a reportagem do UOL Esporte, os
responsáveis pelas logísticas das viagens das equipes contaram alguns apuros
que já passaram e revelaram que começaram a se mobilizar para exigir mudanças.
A ideia é que quase todos os times do Brasileiro cobrem por melhorias
nas condições oferecidas pela Conmebol (órgão responsável por gerenciar o
futebol da América do Sul). As primeiras reinvidicações devem ser apresentadas
para a entidade na reunião do dia 21 de dezembro, em Assunção, no Paraguai.
Hoje, não há qualquer amparo oficial da entidade para os times se
deslocarem durante as competições. Os atletas inscritos nos campeonatos também
não têm seguro de vida vinculado à Conmebol. No Brasileiro, por outro lado, a
CBF oferece o serviço de agenciamento, passagens e hospedagens. Também de
acordo com a Lei Pelé, os clubes são obrigados a pagar um seguro de vida para
os jogadores.
"Acho uma boa ideia, bem melhor do que é hoje, quando os clubes é
que fazem tudo. Afinal, a Conmebol conhece melhor as regiões da América do Sul.
Essa ideia ganha mais importância com a possível entrada de times americanos e
do México [nas competicões]", defende Rogério Portugal Bacellar,
presidente do Coritiba, que neste ano disputou a Copa Sul-Americana.
Outra mudança sugerida por alguns representantes dos clubes é uma
mudança no calendário. Em campeonatos com sistema eliminatório, os times têm
muitas vezes menos de uma semana para organizar uma viagem internacional para
locais em que não há uma grande oferta de voos.
Ou seja, com um tempo maior para planejar a viagem, os responsáveis pela
logística teriam mais tranquilidade para organizar o transporte das
equipes. Por outro lado, os funcionários dos clubes já pensam em não
contratar mais voos fretados. O Boca Juniors, da Argentina, por exemplo, já
declarou que só pretende usar voos de carreira a partir de agora.
Para justificar tais mudanças, os
funcionários contam apuros que passaram nos últimos anos. Sob a condição de não
revelar o nome para evitar represálias, eles contaram para o UOL Esporte algumas situações críticas que
viveram.
Susto
"Estava no voo do Corinthians de 1996. Na ocasião, o comandante
decidiu encher o tanque para não fazermos uma parada [em Guaiaquil]. Quando o
avião tentou decolar, o piloto se deu conta que não teria sucesso e abortou a
subida. A aeronave atravessou o muro do aeroporto Mariscal Sucre, no Equador, e
caiu com o bico na pista".
Turbulência
"Sei que turbulência é algo que
pode acontecer em qualquer voo. Quando vamos para o Chile, não sei se por conta
das Cordilheiras dos Antes, parece que isso sempre é pior. Mas teve uma vez,
que estávamos indo para Cochabamba, na Bolívia, em que ficamos com muito medo.
O avião balançou demais, os jogadores ficaram com bastante medo"
Sem vaga
"Certa vez, a nossa equipe tinha de disputar um mata-mata e não sabíamos
ainda quem seria o adversário. Era possível ser um time da Argentina ou outro
do México. Por isso, reservamos passagens em voos comerciais para os dois
países. Para fazer isso, é necessário pagar, em geral, US$ 50 (R$ 170) por
pessoa e esse é um dinheiro que você joga no lixo, porque não tem como
recuperá-lo. Como tínhamos 45 pessoas na delegação, perdemos US$ 2.250
(equivalente hoje a cerca de R$ 7.600). Além disso, nem sempre é possível fazer
esse tipo de reserva, porque às vezes os voos são muito concorridos."
Bem diferente da foto
"Eu sempre busco informações com os colegas de profissão antes de reservar
um voo. Recebi uma proposta de uma empresa que faz fretamento na Venezuela. As
fotos mostravam aviões grandes e as referências até que eram positivas. Porém,
quando chegamos lá, o avião era bem menor do que o esperado. Por isso, tivemos
de dividir o grupo durante uma das pernas da viagem. Uma parte da delegação
partiu primeiro, enquanto a outra esperou o avião voltar para buscá-los. Vale
destacar que os voos fretados dão comodidade para o jogador e isso é importante
na sua recuperação. Porém, agora vamos pensar muito mais antes de fazer esse
tipo de voo."
Fonte: UOL Esporte
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